Negócios que investem em sustentabilidade têm crescimento

A sustentabilidade está em alta: um levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em parceira com a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), revela que 10% das carteiras dos bancos brasileiros já correspondem a empresas que colocam as preocupações socioambientais entre as prioridades. O reconhecimento desse compromisso nos negócios, que pode ser aferido com certificações internacionais também cresce. Dados do Inmetro de abril deste ano mostram que Santa Catarina já ocupa o quinto lugar entre os Estados brasileiros cujas empresas possuem certificação ambiental. São 83 no total. O líder nesse quesito é São Paulo, com 892 companhias registradas.

Para o economista Eduardo Alvares Beskow, pesquisador do Observatório de Sustentabilidade e Governança da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), as empresas só têm a ganhar agregando o conceito de sustentabilidade às marcas. O especialista lista vários fatores que comprovam a tese. O primeiro é de que existem fundos de investimento que só aplicam seus recursos em empresas que possuem relatório de sustentabilidade, respeitam as diretrizes para a preservação ambiental, utilizem energias renováveis etc. Nesse sentido, as companhias que queiram atrair novos capitais, já começariam com vantagens.

O segundo ponto observado pelo economista é o custo. Investir na utilização de menos água e energia, em matéria-prima reutilizada, e na redução da distância do transporte de mercadorias significa uma redução significativa nos gastos da empresa. E a razão mais importante para que os empreendedores se sintam impulsionados a abrir um negócio sustentável, sem dúvida, é o investimento a curto e longo prazo no bem-estar global.

É fundamental, no entanto, ressaltar que o termo sustentável não está atrelado apenas à natureza. A questão social, muitas vezes, passa despercebida. Doutora em Direito Ambiental pela UFSC, Fernanda Medeiros resume o conceito de sustentabilidade aplicado ao empreendedorismo como a busca constante entre o crescimento econômico e o devido cumprimento das normas de proteção do ambiente e do respeito ao trabalhador.

Modelos que inspiram

Estar de acordo com as normais ambientais e sociais também não garante a lucratividade. Para quem ainda não abriu o próprio negócio, o economista Eduardo Beskow recomenda a pesquisa de modelos de empresas que já realizam ações sustentáveis na fabricação de produtos ou na prestação de serviços e a adaptação dessas ações para as suas novas empresas.

– Diversos negócios podem ser rentáveis e sustentáveis. Qualquer atividade de produção orgânica, que utilize os recursos locais e que esteja de acordo com a legislação ambiental, fornecerá um produto saudável, inovador, além de contribuir com a saúde e a qualidade de vida das pessoas – sugere Beskow.

Garimpo no lixo que vira matéria-prima de design

Guilherme Almeida trabalhava em um dos maiores escritórios de design de São Paulo há cerca de um ano. Cansado do ritmo da metrópole e das pressões da profissão de publicitário, optou por abrir mão do alto salário, mudar para Florianópolis com a família e abrir o próprio negócio. Gastou cerca de R$ 10 mil em ferramentas para construir uma oficina no mesmo terreno da casa onde vive e retomou uma paixão antiga: a de criar produtos juntando técnicas de marcenaria e design. Assim, nasceu a Less.

Além do trabalho nas peças ser feito de forma artesanal, o diferencial da marca é o uso de matéria-prima reutilizada, como garrafas de vidro e peças de madeira encontradas em depósitos de reciclagem ou mesmo no lixo. O ofício de Almeida consiste em garimpar bons materiais nas ruas para a base das peças e transformá-los, de forma minuciosa, em porta-discos, luminárias, relógios e posters.

Para o empresário paulista, a proposta sustentável da Less reflete a preocupação de manter a coerência entre o negócio e o jeito com que leva a vida pessoal.

– O meu dia a dia é sustentável. Eu me preocupo em separar o lixo que produzo em casa, em economizar água e energia. A minha empresa não daria certo se não fosse coerente com o meu estilo de vida, observa o empreendedor.

A Less vende cerca de 40 peças por mês para todo o Brasil e algumas encomendas são negadas porque a empresa não dá conta da demanda. Por isso, entre as metas imediatas do empresário está a contratação de funcionários.

O gaúcho Paulo Rodriguez, o cearense Márcio Holanda e a portuguesa Ana Ruivo também escolheram Florianópolis para empreender na área sustentável. A dupla de brasileiros deu início à Baixo Impacto Arquitetura em 2006, com o foco em desenvolver empreendimentos ecológicos e bioconstruções em lotes urbanos, rurais, sítios, condomínios e ecovilas. Surpresos com o aumento significativo da busca por construções verdes a partir de 2012, convidaram a arquiteta estrangeira para fazer parte da equipe durante um projeto da Organização das Nações Unidas (ONU) em São Tomé e Príncipe, na África, onde atuaram juntos.

Mesmo com a questão da sustentabilidade em alta, o trio lembra que muitos clientes procuravam a empresa com o intuito de construir ou reformar segundo o padrão convencional.

– No início, tínhamos que fazer todo um trabalho de convencimento dos clientes, sugerindo técnicas simples como captação de água da chuva, saneamento ecológico, coberturas ajardinadas. Aos poucos, sentimos que já temos uma clientela que nos procura especificamente para construções mais sustentáveis, comenta a sócia Ana Ruivo.

Expansão orgânica

Por mais que a crise econômica tenha afetado a construção civil, ela não freou os planos dos arquitetos de expandir o negócio. A maior parte dos clientes procura a empresa para a construção de residências, mas os projetos de escolas, centros culturais e empreendimentos turísticos estão a todo vapor. Outro aspecto que comprova o sucesso da empresa é a quantidade de clientes fora de Santa Catarina. A Baixo Impacto Arquitetura já desenvolve seus projetos no Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo e, mais recentemente, no Ceará.

Em relação aos custos, o trio de empreendedores esclarece que as construções sustentáveis costumam ser mais baratas que as convencionais. Mesmo que o valor de investimento não seja o grande atrativo de clientes no primeiro momento, acaba sendo quando a conta é feita no longo prazo. Ana Ruivo garante que a empresa busca o aproveitamento dos recursos energéticos naturais. No futuro, isso significa não só economia para a natureza, mas para o bolso.

O que é a economia verde?

O conceito de economia verde foi criado a partir de encontros internacionais como a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, Eco 92, realizada no Rio de Janeiro. O termo significa, em linhas gerais, o alinhamento entre o meio ambiente e a economia. Ou seja, entende que o desenvolvimento dos países deve ser baseado na baixa emissão de carbono, na eficiência da utilização dos recursos e na inclusão social.

Fonte: DC

Este shopping na Suécia só vende produtos reciclados

A Suécia é reconhecidamente um dos países com melhor gestão de lixo do mundo. Não à toda, o país nórdico possui um shopping inteiramente voltado para produtos reciclados e recuperados.

Inaugurado em 2015, o ReTuna fica na cidade de Eskilstuna, a 100 quilômetros de Estocolmo. O centro comercial funciona de três formas:

Em parte, é um depósito de reciclagem, onde os visitantes podem descartar móveis ou roupas que não usam mais. Os funcionários locais classificam os itens recebidos e decidem o que pode ser distribuído às lojas do shopping para ser reaproveitado.

(ReTuna/Reprodução)

A outra parte é a experiência de compra. O ReTuna possui 15 lojas, que comercializam móveis para decoração, utensílios domésticos, eletrônicos remodelados, artigos esportivos e de vestuário. Além disso, há um restaurante com menu de alimentos frescos e de origem sustentável e instalações para conferências.

(ReTuna/Reprodução)

A terceira parte, e talvez a mais bacana de todas, é a vocação educacional do espaço. Várias dessas lojas também funcionam como showrooms “faça você mesmo”, onde os clientes podem aprender tarefas como reparar itens domésticos, customizar roupas ou criar suas próprias luminárias.

Os visitantes também podem se inscrever em um programa de design, reciclagem e reúso com duração de um ano. O shopping é uma parceria entre o governo municipal, organizações sem fins lucrativos e empresas locais.

Fonte: Exame

 

Brasileira ganha prêmio internacional ao criar sistema de dessalinização de água com grafeno

Tido como uma matéria-prima revolucionária, o grafeno é um derivado do carbono, extremamente fino, flexível, transparente e resistente (200 vezes mais forte do que o aço). Considerado excelente condutor de eletricidade, é usado para a produção de células fotoelétricas, peças para aeronaves, celulares e tem ainda outras tantas aplicações na indústria.

Por ser considerado um dos materiais do futuro, ele foi escolhido como tema do Global Graphene Challenge Competition 2016, uma competição internacional promovida pela empresa sueca Sandvik, que busca soluções sustentáveis e inovadoras ao redor do mundo.

E a brasileira Nadia Ayad, recém-formada em engenharia de materiais pelo Instituto Militar de Engenharia (IME), do Rio de Janeiro, foi a grande vencedora do desafio. Seu projeto concorreu com outros nove trabalhos finalistas.

Nadia criou um sistema de dessalinização e filtragem de água, usando o grafeno. Com o dispositivo, seria possível garantir o acesso à água potável para milhões de pessoas, além de reduzir os gastos com energia e a pressão sobre as fontes hídricas.

“Com a crescente urbanização e globalização no mundo e a ameaça das mudanças climáticas, a previsão é de que num futuro não muito distante, quase metade da população do planeta viva em áreas com pouquíssimo acesso à água”, afirma Nadia. “Há uma necessidade real de métodos eficientes de tratamento de água e dessalinização. Pensei que a natureza única do grafeno e suas propriedades, incluindo seu potencial como uma membrana de dessalinização e suas propriedades de peneiração superiores, poderiam ser parte da solução”.

Como prêmio, a estudante carioca fará uma viagem até a sede da Sandvik, na Suécia, onde encontrará pesquisadores e conhecerá de perto algumas das inovações e tecnologias de ponta sendo empregadas pela empresa. Ela visitará ainda o Graphene Centre da Chalmers University.

Esta não será a primeira experiência internacional de Nadia. A engenheira brasileira já tinha participado do programa do governo federal Ciências Sem Fronteiras, quando estudou durante um ano na Universidade de Manchester, na Inglaterra. Agora ela pretende fazer um PhD nos Estados Unidos ou Reino Unido, pois acredita que, infelizmente, terá mais oportunidades para realizar pesquisas no exterior do que no Brasil.

Artigo publicado originalmente em Conexão Planeta

Foto: Divulgação Global Graphene Challenge Competition

Minas Gerais instala usina capaz de gerar eletricidade a partir do lixo

A cidade de Boa Esperança, em Minas Gerais, está prestes a fazer história. O município vai receber a primeira usina do Brasil a gerar eletricidade a partir de resíduos sólidos – sem incineração.

O grande diferencial do empreendimento é que ele não vai queimar o lixo – processo que gera uma grande quantidade de emissões para atmosfera. Em vez disso, produzirá energia elétrica a partir da gaseificação dos resíduos sólidos, uma tecnologia nacional que, segundo a empresa responsável, tem taxa de emissão de poluentes baixíssima.

Comandada pela Furnas Centrais Elétricas, a obra deve ser entregue ainda em 2017, para que a usina comece a operar já em 2019. Os primeiros testes foram feitos com sucesso em uma planta menor no município de Mauá, no interior de São Paulo.

A ideia é que a nova usina seja interligada à rede da CEMIG (Companhia Energética de Minas Gerais), a fim de garantir o fornecimento de energia elétrica às instalações públicas da cidade. Segundo a Furnas, o empreendimento tem capacidade para gerar 1 MW de eletricidade/mês, podendo suprir até 25% da demanda energética do município.

Além de reduzir os gastos com energia elétrica, a prefeitura vai dar jeito em um outro grande problema das cidades: a geração de lixo, uma vez que toda a produção de resíduos sólidos será destinada à usina.

Se o projeto tiver tanto êxito quanto esperam os envolvidos, a intenção é expandi-lo para outras cidades do país.

Publicado Originalmente em EcoGuia.net

 

Marca transforma retalhos de tecidos que iriam para o lixo em acessórios estilosos e sustentáveis

Quem é apaixonado por peças vintages e levanta a bandeira do consumo consciente tem muitos motivos para celebrar a chegada da Vintax ao mercado da moda. As peças da marca brasileira de slow fashion, como gravatas (borboleta, charutinho e slim) e suspensórios, são feitas com retalhos de tecidos que iriam para o lixo.

Gabriel Bastos, de 26 anos, é quem está por trás da grande ideia. Formado em Relações Públicas, Bastos explica que cada peça da Vintax é única e tratada como um obra de arte. “Nenhuma fica exatamente igual à outra. Cada tecido que conseguimos é algo que está deixando de ir pro lixo, muitas vezes”, disse Gabriel ao Flollow The Colours.

O cartão de visita da Vintax é um lindo ensaio fotográfico com idosos do Asilo Padre Cacique, em Porto Alegre, usando as peças da marca. Olha só:

Post publicado originalmente em Razões para Acreditar

Imagens: Divulgação

 

 

10 Práticas da Arquitetura Sustentável para Aderir

A sustentabilidade está em pauta em diversos segmentos, e na arquitetura não seria diferente. Não é difícil achar projetos que já saem da planta equipados com tecnologias e atitudes verdes. O estilo de vida sustentável em casa começa desde a construção do imóvel até o dia a dia dos moradores. Durante a Expo Arquitetura Sustentável, evento realizado entre os dias 4 e 7 de abril, em São Paulo, o consultor de sustentabilidade para construções, Silvio Luiz Gava, falou sobre as principais tendências do tema e como adotá-las.

1. Se adeque às leis
O descarte inadequado de lixo é um dos inimigos da sustentabilidade. Para combater o problema, há a Política Nacional de Resíduos Sólidos, lei em vigor desde 2010 e que vale tanto para as empresas quanto para os cidadãos. Por isso, uma construção sustentável é aquela que está, antes de tudo, seguindo as normas nacionais que regem desde o reaproveitamento dos materiais descartados que possam ser reciclados ou reutilizados, até a destinação correta dos resíduos para lixões ou aterros. Como resultado, existe menos impacto ambiental e uma economia em dinheiro, já que evita desperdícios e possíveis multas por descumprimento da lei;

2. Poupe a natureza
Nos centros urbanos existe o alerta de que recursos naturais estão cada dia mais escassos. Para preservar a água, o solo e a vegetação, algumas alternativas são essenciais: é possível incluir no projeto uma cisterna para armazenar água da chuva, não usar químicos na horta doméstica e adotar painéis solares para geração de energia de forma menos poluente, entre muitas outras possibilidades;

3. Obra econômica
Calcule bem os materiais que vai utilizar na obra para que não sobre nada. A gestão desta etapa rende ganhos no orçamento final e reduz os resíduos e sobras;

4. Aposte na tecnologia
Há diversas soluções em sustentabilidade no mercado e a cada dia surgem podutos que são aliados desta prática.  A lista é imensa, e vai desde revestimentos à base de materiais reciclados até lâmpadas que reduzem o consumo energético. Mas antes de correr para a primeira loja, verifique o que se adapta ao seu estilo de vida e pesquise bastante sobre os benefícios para a sua casa. “Instalei lâmpadas LED na minha casa toda, mas não tive um retorno significativo na conta de luz. Talvez o gasto de energia maior seja em outros equipamentos. Também coloquei no piso da área externa piso de plástico que imita madeira. Aquilo queima a pele com o atrito. Então o ideal é analisar direito se vale para a sua realidade”, explica Silvio. Preocupado com o preço? O especialista dá a dica de que nem todas essas tecnologias custam um absurdo. Às vezes, uma simples pecinha trocada muda muita coisa;

5. Reutilize
Há vários materiais de demolição que podem ser reutilizados, como madeiras, cerâmicas e metais. Há empresas especializadas nesse tipo de “garimpo”, mas você também pode ir à caça em obras e locais onde há entulhos. Muita coisa boa é jogada fora e pode integrar novos projetos arquitetônicos! Móveis e eletrodomésticos podem ter vida útil mais longa. Será preciso comprar tudo novo e gerar mais impacto no meio ambiente? Leve isso em consideração antes de ir às compras;

6. Crie indicadores 
Quando se cria indicadores para monitorar o andamento da construção ou o consumo da casa em geral, é possível saber o que está sendo feito corretamente e o que não está. Não existe fórmula pronta, já que cada casa tem a própria demanda. Silvio orienta a olhar as contas de luz, de água e de telefone de três anos para tentar monitorar e identificar se houve aumento no consumo. Assim é possível evitar “vazamentos” nas contas de casa. Essa também é uma forma de saber se as tecnologias sustentáveis adotadas estão dando o resultado esperado;

7. Estimule a sustentabilidade
As atitudes de apenas um morador não fazem a casa ser sustentável. Estimule todos com quem compartilha o espaço a se engajarem nas atividades sustentáveis , desde os familiares, até amigos e funcionários. Na obra, por exemplo, deixe claro para os pedreiros e arquitetos que as atitudes sustentáveis fazem parte dos planos da casa nova, a fim de que eles não desperdicem materiais de construção ou peça que separem o que poderá ser reaproveitado e o que vai para o lixo, por exemplo;

8. Veja se tudo isso é economicamente viável
Para ser sustentável, a casa não pode dar prejuízos. Verifique em quanto tempo as tecnologias “se pagam” após a compra. É uma forma de checar se são viáveis economicamente. “É preciso que a sustentabilidade entre num projeto como meta, para gerar ganhos para a moradia”, explica Silvio;

9. Faça a economia girar
A economia compartilhada é um caminho sem volta! Existe algum cômodo sem uso no seu imóvel? Anuncie-os em sites de aluguel do espaços na internet. A plataforma ajuda a fazer com que o espaço ocioso deixe de ser um custo para virar fonte de renda.  Se o que você tem é um terreno desocupado, verifique se é possível instalar na área um sistema de captação de água da chuva para usar em outros imóveis, ou até mesmo um espaço de geração de energia solar;

10. Certificações
Hoje existem vários selos que enquadram um prédio ou uma casa na categoria “sustentável”. Antes, essas certificações eram disponibilizadas apenas para prédios comerciais, mas no caso de residências existem iniciativas como a Leed For Homes e o Selo Casa Sustentável.

Fonte: Revista Casa e Jardim

Foto Divulgação/Projeto Blue Sol

O que sustentabilidade e inovação tem em comum

De um lado ouvimos todos os dias, ecoando de todos os cantos falar em inovação. É fato comprovado que de tempos em tempos, não adianta continuar fazendo as mesmas coisas pois elas deixam de ser suficientes para manter e atrair novos clientes e mercados. O mundo se transforma a cada momento, as relações interpessoais ou os próprios agentes da ação se transformam. E, quando o entorno muda, a forma de pensar e fazer também precisa evoluir. Inovar.

Do outro lado quem olha para o presente e o futuro do planeta enxerga recortes de qualidade de vida, sustentabilidade e impacto ambiental – preocupações que em geral são aumentadas nas pessoas que estudam e trabalham na área. Ao juntar as peças do quebra-cabeça, elas tentam entender o cenário e encontrar formas técnicas, físicas e comportamentais de evitar e combater poluição, escassez de recursos e propor soluções tecnológicas e programas de preservação que respeitem populações, culturas tradicionais, fauna, flora, água, ar.

Em tese, os dois lados desejam o desenvolvimento sustentável, seja ele humano, comercial, industrial ou de infraestrutura e ecológico. Sempre relacionado com satisfazer a necessidade dos clientes, resolver seus problemas e lhes proporcionar uma melhor qualidade de vida.

Então se juntarmos os dois lados, poderíamos concluir que os caminhos que conduzem à sustentabilidade são os caminhos para o futuro.

De fato, se observarmos, algumas empresas já se conscientizaram que a matéria-prima não é infinita, não somos autossuficientes em energia e para estar de acordo com normas regulatórias e auditorias é importante envolver cada vez mais cedo nos negócios áreas relacionadas ao meio ambiente.

A gestão ambiental ou gerência das relações ecológicas nas empresas é capaz de estabelecer uma ligação entre as partes, promover a comunicação entre os criadores dos produtos, os compradores, gestores, funcionários, pessoas da sociedade a fim de obter resultados inovadores e índices corretos.

Para os profissionais envolvidos e algumas empresas o sucesso desta união vai além da busca por remuneração, status e segurança. Existe uma preocupação com o sucesso subjetivo, pela busca por um significado, o orgulho do trabalho alinhado aos valores do indivíduo, pela resolução real dos problemas, pela incansável satisfação de servir. Nesse sentido, a área socioambiental tem ganhado algum espaço entre empresas inovadoras reunindo características bastante contemporâneas e se abrindo para novas modalidades de atuação.

A comercialização de seus produtos tem utilizado da educação ambiental, da conscientização e/ou da orientação ao consumidor como oportunidade de mostrar as vantagens de seus produtos sobre seus concorrentes que não incorporam os padrões ecológicos tanto nos processos de fabricação como o no descarte final de suas embalagens.

Ao mapear tendências de desenvolvimento de novos produtos até 2020, uma pesquisa mostrou que a sustentabilidade é uma das mais promissoras. Inovação e Sustentabilidade, compartilham o desafio de combinar desenvolvimento econômico e preservação ambiental e de coexistirem em diversos cenários, atuando de forma complementar e não em lados opostos.

Artigo por: Renata Pifer

Fonte: Portal Administradores

 

Em parceria com índios, fundação belga cria supermercado ecológico no Acre

Com o objetivo de diminuir a poluição e a degradação do meio ambiente, a Fundação Belga House of Indians Foundation, em parceria com os índios Ashaninka no Acre, inaugurou um ecomercado no município de Marechal Thaumaturgo, interior do estado. Segundo a fundação, o empreendimento sustentável, batizado como TrocTroc, é o primeiro do gênero a ser instalado no país.

O mercado foi inaugurado no dia 31 de março e fica na Rua Raimundo Bezerra, no Centro do município. O projeto é patrocinado pela House of Indians Foundation.

A ideia, de acordo com os idealizadores, é construir uma consciência de reciclagem para os moradores do município e incentivar a economia local, já que os produtos vendidos são nativos da região. Os moradores vão poder trocar materiais plásticos e garrafas de alumínio por alimentos.

O idealizador do projeto é Marcelo Valadão, presidente da fundação, que tem sede em Bruxelas, na Bélgica. Ele conta que a ideia surgiu depois de uma parceria com o líder indígena da tribo Ashaninka, Benki Piyãko.
“Esse projeto surgiu com o exemplo do povo Ashaninka quando conheci o Benki em 1993 e, através das palavras dele, idealizei o projeto com uma influência do povo europeu. Na Europa temos máquinas em que você coloca o plástico e sai um ticket para trocar por alimento, então, trouxemos uma maneira simplificada do mesmo conceito”, explicou.

O líder indígena Benki Piyãko explica como o projeto vai funcionar. Segundo ele, cada quilo de plástico tem o valor de R$ 0,50 que vão ser revestidos em alimentos no mercado. Entre os alimentos disponibilizados no mercado estão frutas, arroz, feijão da região, legumes e verduras, produzidos no município acreano.
“Isso gera conscientização e economia. Os produtos serão regionais, então, vamos valorizar o produtor rural que terá seu produto exposto, além da limpeza da nossa cidade e rios. Vejo que essa iniciativa vai beneficiar toda a população da cidade. Percebo que temos uma carência muito grande em vendas regionais e pretendemos mudar isso, além de termos uma cidade limpa”, completou.

Após serem trocados pelos produtos do ecomercado, o lixo reciclável será enviado para Rio Branco onde passará pela reciclagem e os recursos gerados serão novamente investidos na cidade.

“O mais rico desse processo é que além da coleta, você gera educação, economia, e menos gastos na limpeza da cidade. Eu, como prefeito, vejo isso com uma iniciativa inédita e revolucionaria”, afirma o prefeito da cidade Isaac Piyãko.
Quem também aprovou a ideia foi a radialista Daniela Torres, de 27 anos. Ela acredita que a iniciativa deve beneficiar o meio ambiente e famílias carentes da região.

“Temos muitas famílias carentes aqui, bastante mesmo. Isso vai ser uma forma de gerar renda e preservar o meio ambiente na cidade. Imagina quantas famílias carentes vão poder ter o que comer devido a essa troca e os pequenos produtores que vão ser beneficiados, é um projeto que tem tudo para dar certo”, disse.
Outro que também acredita na inovação é o funcionário público Deusimar Ferreira, de 40 anos. Ele disse que foi na inauguração para conferir de perto o ecomercado.

“Tinha que vir ver, porque é algo que nunca teve. É muito produtivo em todos os sentidos para a cidade e para a população, pois temos que pensar nas florestas, nos rios e principalmente nas pessoas. Nunca tinha visto falar em trocar lixo por comida, isso é um avanço grande”, afirma.

Forma de troca

Cada quilo de material reciclável (garrafas pet, latas de alumínio e os lacres das garrafas pets) valem R$ 0,50 que são revertidos na troca de alimentos dentro do mercado. Cada garrafa pet limpa e amassada tem um acréscimo de 20% no valor final do peso.

Um grupo de 15 europeus esteve presente na inauguração do ecomercado para ajudar a divulgar o projeto e ensinar a comunidade como realizar as trocas.
House of Indians Foundation

A House of Indians Foundation é uma fundação com sede em Bruxelas, na Bélgica, que tem o objetivo de defender os índios em todo o mundo e criar um vínculo de cooperação entre a Europa e os povos das florestas. Um dos seus princípios é facilitar o acesso do povo europeu a estas comunidades e abrir a possibilidade de levar tecnologia, material e conhecimento para o melhoramento das condições de vida.

O presidente da fundação é o brasileiro Marcelo Valadão, que atualmente vive na Bélgica e que faz o intermédio entre os indígenas e os europeus em busca da preservação e respeito à cultura dos povos.

Via: G1
Foto: Anny Barbosa/G

Dia Mundial da Saúde e a sustentabilidade

O Dia Mundial da Saúde foi criado em 1948 pela Organização Mundial da Saúde para conscientizar a população sobre questões relacionadas à qualidade de vida das pessoas. Mas, você pode estar se perguntado: o que isto tem a ver com sustentabilidade? Tudo! Ao adquirir hábitos sustentáveis em sua casa ou condomínio, você diretamente estará promovendo saúde e contribuindo para a melhoria da qualidade de vida das pessoas.

Uma atitude importante é melhorar a qualidade do ar dos ambientes! Promover maior ventilação ajuda bastante, pois aumentará a troca de ar com o ambiente externo, renovando o oxigênio e diminuindo a propagação de doenças respiratórias. Investir em bons filtros de ar em ambientes fechados também ajuda na purificação do ar.

Alimentar-se bem é fundamental para o aumento da qualidade de vida, por isso, pense na possibilidade de montar uma horta em sua casa! Seja uma horta em vasos ou vertical, plantar o que será consumido é a garantia de ingerir alimentos mais frescos, limpos e livres de agrotóxicos.

Outra dica que alia sustentabilidade à promoção de saúde é organizar um grupo de pessoas para doação de sangue! Os hemocentros sempre estão precisando de novas doações e a participação de todos é fundamental.

Promover saúde também é ser sustentável, portanto, inserir atitudes que contribuem com o meio ambiente e aumentam nossa qualidade de vida devem fazer parte do nosso dia a dia. Só depende da gente! Compartilhe essas informações com seus vizinhos e amigos!

 

Artigo publicado originalmente em: Condomínios Verdes

Pequena turbina eólica feita de bacias plásticas traz energia limpa para uma vila no Vietnã

Pequena turbina eólica feita de bacias de plástico e impressoras velhas está ajudando a iluminar as casas de famílias vietnamitas que vivem em favelas ao longo do Rio Vermelho, a cerca de 5 km do distrito empresarial central de Hanói.

As bacias plásticas formam as pás para os cataventos e os motores de impressoras viram geradores elétricos que carregam as baterias de motocicletas velhas com energia suficiente para acender lâmpadas Led com um brilho equivalente a uma lâmpada de 45 Watt.

Embora a energia gerada seja pequena, faz uma diferença significativa para as famílias, porque eles vivem longe de uma estação de energia e tinham de racionar a energia por causa do alto custo. “É o suficiente para iluminar a casa da minha família e outras famílias por aqui”, disse Bui Van Ha, que ganha cerca de US $ 4,50 por dia, em média, com a venda de peças cerâmicas, para alimentar sua família de quatro pessoas.

A pequena turbina eólica inovadora, que abastece de energia limpa as casas da aldeia flutuante, é ideia de Le Vu Cuong, arquiteto e professor de uma universidade de Hanoi.

Seu gerador movido a vento faz uso de materiais que são baratos e fáceis de substituir e trabalha com uma velocidade do vento de apenas 0,4 metros por segundo. “Queremos apoiar a comunidade de baixa renda”, disse Cuong à Reuters. “Agora eles podem usar mais eletricidade, sem quaisquer custos adicionais, com energia proveniente de fontes renováveis.”

O Vietnã produz apenas 140 MW de energia solar e eólica a cada ano, mas as autoridades do país dizem que eles tem a capacidade de produzir 500 vezes mais. Cuong espera aumentar a produção de energia limpa, e está à procura de doadores para ajudar a aliviar os custos de eletricidade de outras famílias de baixa renda. O aumento do número de horas de eletricidade disponível aumentou enormemente a qualidade de vida da população local com uma solução verde, barata e simples, e que ainda pode ser feita pelos próprios moradores.

Veja o vídeo sobre a pequena turbina eólica feita de bacias plásticas:

Via: SustentArqui