Sabia que uma criança síria de até seis anos de idade nunca viu a paz? É isso mesmo. A guerra no país já dura tempo suficiente para impactar toda uma geração ou, por enquanto, até 7 milhões de meninos e meninas que são frutos da maior crise humanitária do mundo. Com o intuito de não ser mais passivo em relação ao assunto, o diretor de arte brasileiro Christian Laurito resolveu agir e está juntando apoiadores para o Rock por Aleppo, shows de rock no Rio de Janeiro em prol de arrecadar recursos para a ONG Save the Children, que atua diretamente no país afetado e aceitou a parceria.
O evento vai acontecer na Fundição do Progresso, no dia 29 de abril “Tivemos meses de conversas com a ONG no Reino Unido e com escritório do México, que é quem cuida da América Latina, até que finalmente nos permitissem usar a marca”, comentou Laurito. Além disso, quem comprar ingresso meia entrada também pode levar 1 kg de alimento não perecível para doar ao projeto PARES – Programa de Atendimento a Refugiados, da Cáritas do Rio de Janeiro.
Mesmo que músicos, profissionais envolvidos e o local escolhido não recebam nenhuma parte do que for arrecadado, o evento ainda precisa de R$ 50 mil para acontecer e Laurito explica o por quê: “a casa é muito grande e os gastos com infraestrutura de um show desse porte são caros. Temos custos fixos com energia, seguranças, médicos, limpeza e uma série de outros gastos que não temos como escapar”. Para suprir essa falta financeira, o grupo organizou um financiamento coletivo (acesse aqui). Por R$ 80 o doador garante um ingresso antecipadamente, mas é possível colaborar com qualquer quantia. Depois, serão vendidos apenas pela Fundição Progresso e devem ser um pouco mais caros.
Até o momento já foram confirmadas apresentações das bandas Detonautas, Tihuana, The HighJack e Contratake, e do músico Caio Corrêa, do Scracho. O vocalista do Biquíni Cavadão, Bruno Gouveia, e o ator André Ramiro (Tropa de Elite) entram como apoiadores.
Artistas interessados em fazer participação especial são bem vindos e devem procurar a organização do festival. Além disso, também estão a procura de um ou uma mestre de cerimônias para apresentar e conduzir o evento no palco.“Vale frisar que todos os artistas envolvidos no “Rock por Aleppo” toparam de primeira participar do evento destinando seus cachês para o Save the Children”, ressaltou Laurito.
Questionado sobre a mensagem que o evento quer passar, o organizador do festival foi muito claro. “Que guerras são sempre a pior forma de se resolver um conflito. Quem costuma pagar o preço dessas disputas pelo poder são quase sempre civis inocentes, ou o que é pior neste caso, crianças. Sempre foi assim. Quem não se lembra daquela famosa e triste foto da menina correndo nua com o corpo queimado no Vietnã? Essa foto tem mais de 40 anos e parece que nós, como humanidade, ainda não aprendemos nada. Nosso festival é um chamado à ação e ao mesmo tempo um pedido de paz. Nosso tom é de esperança, pois vamos levar ajuda às crianças, que vão sempre representar o desejo de um futuro melhor”.
Créditos: Razões para Acreditar
Foto: Divulgação