Considerada extinta há 150 anos do Arquipélago de Galápagos, no Equador, uma espécie de tartaruga gigante será reproduzida em cativeiro depois de estudos confirmarem que animais achados na última década têm parentesco com a espécie.
O programa de reprodução, que inclui 32 tartarugas, das quais 19 são descendentes da espécie Chelonoidis niger, “permitirá, a médio prazo, repovoar a ilha Floreana (no sul do arquipélago)”, segundo informou o Parque Nacional Galápagos (PNG).
A espécie Chelonoidis niger, antes conhecida como Chelonoidis elephantopus, foi dizimada por caçadores de baleias, que usavam os animais como alimento. Para aliviar a carga dos barcos, eles abandonavam tartarugas vivas no mar próximo à ilha Isabela (a 180 quilômetros de Floreana), pois aquele era o último ponto de parada antes de entrar em mar aberto.
O deslocamento dos animais causou a extinção da espécie de sua ilha de origem, mas permitiu que agora apareçam exemplares na ilha Isabela, vizinha, com carga genética parecida.
O programa de reprodução em cativeiro desta espécie ajudará a “repovoar a ilha (Floreana) com tartarugas não ‘puras’, mas com altíssima influência de sua própria espécie”, disse Washington Tapia, diretor da iniciativa para a Restauração das Tartarugas Gigantes.
Pesquisadores do PNG e da organização Galápagos Conservancy fizeram duas expedições – em 2008 e em 2015 – para coletar amostras de sangue das tartarugas. Foram analisadas geneticamente 150 animais.
O trabalho de reprodução e a descoberta são “um grande desafio” porque “significa devolver a Galápagos ecossistemas saudáveis que tenham a capacidade de seguir produzindo benefícios”, declarou Walter Bustos, diretor do parque.
Laboratório. O Arquipélago de Galápagos é Patrimônio Natural da Humanidade desde 1979. O local serviu de laboratório ao naturalista inglês Charles Darwin para desenvolver a teoria sobre a evolução das espécies em meados do século 19.
Foto: Diego Bermeo / Parque Nacional de Galápagos